domingo, 10 de março de 2024

Livro: Contos do país do Kuduro - Luis da Silva Ubuntu

 


Pelo quinto ano consecutivo, o escritor Luis da Silva Ubuntu nos presenteia com um e-book no dia de seu aniversário. Desta vez, trazemos a você um livro de contos intitulado "Contos no país do Kuduro". Faça o download gratuito e desfrute de uma leitura excepcional!


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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

“Tenho muito orgulho de ti” - Por: Luis da Silva Ubuntu

 


“Tenho muito orgulho de ti”

Sei que ainda não foi possível alcançar um terço dos teus sonhos, que ainda tens mil e uma batalhas por vivenciar e vencer; tens mil um planos por traçar, alcançar e falhar, porém, eu tenho muito orgulho de ti.  Vejo as tuas lutas, os esforços que fazes por todas as coisas que acreditas e nunca deixas os teus princípios de lado. Amo o facto de teres valores e não permitires ser iludida(o) com valores.

Tenho muito orgulho de ti por estares aqui, por segurares as minhas mãos e dizeres que vamos conseguir. Por dares força quando fico sem e compartilhares o teu pouco quando necessário. Tenho muito orgulho de ti por sonhares comigo, por acreditares que será possível e respeitar o processo. 

Tenho muito orgulho da grande mulher que és neste mundo cheio de mulheres grandes! Admiro a tua inteligência e me fazer querer ser mais inteligente todos os dias. Não é apenas sobre amor, aliás, sobre amor quase nada do que sinto consigo dizer. Esse texto é sobre admiração, respeito e todo orgulho que tenho de ti, no final talvez tudo isso resuma o amor que sinto. Saiba sempre que és o meu poema favorito e em ti jamais falta poesia. Eu tenho muito orgulho de ti. 

Imagem: Pinterest

[Por: Luis da Silva Ubuntu]

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segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

“Que não falte vontade de viver; que toda ansiedade seja ultrapassada e toda depressão seja superada por uma dose de positividade” - Por: Luis da Silva Ubuntu

 


"Outra perspectiva part.2"


Que o novo ano melhore a sua visão

Que possas enxergar e aproveitar todas as oportunidades que surgirem

Que não tenhas medo de abraçar os desafios,

e acima de tudo, que não tenhas medo de desfrutar de tudo de bom que a vida te der.


Que este novo ano

nos permita ser pessoas melhores

Que nos lembre sempre que nada importa mais do que o amor

E que a verdade sempre libertará num mundo de mentiras.


Que não falte vontade de viver

Que toda ansiedade seja ultrapassada

E toda depressão seja superada por uma dose de positividade,

Uma dose de esperança e amor em nós mesmos.


Que todos possam abrir os olhos,

enxergar outras perspectivas,

Entender que nada muda se continuarmos os mesmos,

E certamente uma jornada não é concluída se desistirmos no meio.

Desejo que neste novo ano,

Todos possam estar com os corações cheios de amor,

Cheios de vontade de participar e não somente de olhar,

Todos com vontade de ajudar e não somente atrapalhar e criticar.


Feliz ano novo, família 💖🎉

01.01.2024

Imagem: Pinterest

[Por: Luis da Silva Ubuntu]

#DoSambilaParaOmundo #Poemas #Poesia #Literatura #anonovo

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domingo, 15 de outubro de 2023

O domingo perfeito - Por: Luis da Silva Ubuntu


Uma oração para agradecer por mais um dia

Uma mensagem de amor para o meu amor 

Um banho para reforçar as energias 

Um salmos para trazer alegria à alma 

E um culto/missa de domingo para o ouvir a palavra que traz vida. 


Um grife perfeito 

Uma camisa de linho 

Uma calça com vincos

O perfume no ponto 

E o cabelo na régua.


Domingo combina com amor 

Uma sentada em família 

Eu na tua casa 

Ou você na minha 

Nós dois felizes por estarmos juntos mais um dia.


Você sempre com o charme certo

Um sorriso belo e sincero. 

Do melhor tempero,  

A tua comida tem sempre do melhor tempero! 

São apenas domingos como esses que eu quero.


Imagem: Pinterest 

15.10.2023

Por: Luis da Silva Ubuntu 

#DoSambilaParaOmundo 

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terça-feira, 3 de outubro de 2023

Tudo estava bem - (Poema) De Hadil Almeida





 Tudo estava bem

Fins-de-semana, amigos, copos brindando,
Pé no acelerador, dinheiro no final do mês, meus olhos castanhos encantando estranhos, 
Meu humor sempre a cem graus de ebulição 
Tudo estava bem, foi o que eu pensava
Mas os celestiais lá de cima diziam que o meu “Tudo”, ainda não era tudo

Tudo já estava bem, a meu ver
Apesar de que as minhas escolhas nunca terem sido perfeitas
Eu aprendia com os meus erros
E os meus acertos levavam-me para os melhores lugares
Eu só não sabia, que um dos melhores lugares que eu acabaria por conhecer
Seria dentro do corpo humano
No seu coração, sim seu coração 
E foi assim que entraste em minha vida

Tudo estava bem 
Mas você trouxe um brilho diferente 
Entramos numa montanha russa
De desejos, consumação, boas memórias 
Ciúmes, sorrisos, brigas, resoluções 
Problemas, paixão, mais problemas, mais paixão
Sentada com nossos familiares 
Um quase fim
Um recomeço 
E tudo estava bem quando, 
Tu 
Foste 
Uma Victória 
E ganhamos nossa primeira filha

Tudo estava bem? 
Não! 
Enrolados entre contas, fraldas, insónia 
Copo meio vazio
Fogão apagado 
Corações frios
Choros pela madrugada 
Manhãs sonolentas
Mais contas, mais fraldas
Mas sempre surgia uma paz duradoura 
Em nosso semblante 
Sempre que nossa filha sorria 

Tudo estava bem? 
Bem, melhor que no verso anterior 
Calmaria e paz
Nós não tínhamos uma casa
Tínhamos uma lar
Aquelas histórias de alma gémea 
Ninguém nasce sendo, nós nos tornamos 
Aquelas histórias de sermos a outra metade da laranja 
Aprendemos que por vezes o amor tem sabor a limão 
Mas tu transformavas em limonada
E foi nesses momentos que tive certeza 
Que fiz a escolha certa
Você 

Tudo estava bem 
Mas agora está melhor 
Vocês tornaram-me 
Num Alfa 
Mais outro membro na família 
Nós tornamos-te 
Numa alfa
Nós dois contra o mundo e tudo estava bem
Nós quatro contra contra o mundo, tudo está melhor
Que tudo estava bem, foi o que eu pensava
Mas os celestiais lá de cima diziam que no meu “Tudo”, faltava vocês 
Porque tudo até estava bem
Mas agora
Estou melhor

✍🏾Hadil Almeida 
📸 Família Luzolo
❤️ Poema dedicado à família Luzolo

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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

A ficha de milhões- Um conto de Luis da Silva Ubuntu

 

A ficha de milhões 


Após ter testemunhado a promessa de novos 500 mil postos de empregos que seriam criados, Nkanga achou que era o momento perfeito para reivindicar do empregador Chinês que tanto o maltratava e tão pouco o pagava. Na manhã seguinte chegou confiante no trabalho, prometeu para si mesmo que não aceitaria qualquer falta de respeito, nem a si nem a qualquer um dos seus colegas. “Na minha terra mando eu” - Falou confiante para si mesmo.


  • Eh! Angolano tudo ele preguiçoso. - gritou o chinês. - Levanta! Eu não te paga para sentari*. - Com o varão de costume na mão não hesitou em bater na cabeça do NKanga. 


O chinês assustou com a forma que foi arremessado para o ar, nem deu tempo para reagir. Quando o seu corpo atingiu o chão, os pontapés de Nkanga não paravam.


  • Eu não sou teu escravo! - Batia com mais força. 


Os funcionários mais próximos acompanhavam a tudo sem intervir, sempre ouviram que aquele chinês era primo do Bruce Lee e certamente encontraria uma forma de se safar.  Porém, o Chinês quase perdeu os sentidos de tantos pontapés, até que finalmente vieram outros funcionários separar a briga.


  • Você tá fica maluco! - gritou o outro chinês. - vá mbora* daqui, angolano maluco! 

Nkanga quis também ir contra, mas foi impedido.

  • Fiquem com a vossa empresa, malditos chineses! - Gritou Nkanga furioso. - Novos tempos chegaram, e o meu presidente vai garantir mais empregos para todos nós. - falou vestindo as vestes de bom partidário que era. Não foi preciso qualquer processo, saiu pela porta e nunca mais voltou.


Seis anos se passaram desde que Nkanga pediu demissão, acreditando que se beneficiaria de um dos novos 500 mil postos de trabalho que nunca foram criados, e se foram criados, ele desconhecia os beneficiados. Agora, pai de dois lindos meninos e sem emprego fixo, vivia dividido entre os biolos e as fichas de apostas. Dias há que entravam, mas quase sempre molhavam e sua mulher ficava frustrada pelo dinheiro que já era pouco e ele perdia mais nas apostas. 


Naquela noite, a sorte finalmente havia batido a porta de Nkanga. A sua ficha de 15 milhões, com 20 jogos, tinha os 19 jogos bem sucedidos, faltando apenas um jogo para garantir os 15 milhões de Kwanza. Era loucura! Nkanga estava abraçado a sua esposa e juntos oravam para que tudo desse certo. Era o jogo do Barcelona VS Celta de Vigo.  Tudo começou errado; o Barcelona estava perdendo por 2 a 0.


  • Tenha fé, amor. Vamos ganhar!
  • Faltam 10 minutos, está perdido! - Nkanga falava quase que com lágrimas nos olhos. 

Quando menos esperavam, golo do Barcelona. A alegria tomou conta de casa e a fé de Nkanga nasceu. 


  • Vamos na fé, meu amor! - gritava insistentemente sua esposa.

Passaram-se 2 minutos e outro gol do Barcelona. Era uma loucura! Era possível ouvir os gritos de euforia de longe.


  • Meu coração não está aguentar, amor. Só precisamos de mais um golo.
  • Vai na fé, amor! - sua esposa ajoelhou-se para orar
  • Vou a casa de banho, amor! Só me avise se alguma coisa mudar. - Pediu Nkanga e foi com a sua ficha para casa de banho.


Sua mulher continuou de Joelho assistindo atentamente a cada detalhe do jogo. Quando repentinamente o milagre aconteceu, mais um golo do Barcelona e o jogo passou para 3:2, a ficha estava dentro! No entanto, a esposa de Nkanga não reagiu, entendeu que estava tudo perdido. Levantou-se e foi a porta da casa de banho e disse: 


  • Sinto muito, amor. O Team adversário marcou mais um golo.


Cheio de raiva, Nkanga pegou a ficha que tinha nas mãos e a rasgou sem hesitar. Colocou-a no vaso sanitário e puxou a descarga.


  • Maldito Barcelona, mil vezes! - Gritou.


Não teve sequer coragem de voltar a sala. Foi direito para o seu quarto e segundos depois ouviu o seu telefone a chamar. 


  • Alô! Mano, Barcelona ganhou. - gritou a voz do outro lado da linha.
  • O quê!? Como assim? - questionou incrédulo.
  • 3:2, mano! Golo do João Cancelo no último minuto.

NKanga desligou a chamada e correu para a Google verificar, e sim, a sua ficha de 15 milhões estava dentro, Barcelona havia ganho o jogo. Chorava e gritava feito criança. Sua esposa correu para o quarto ouvindo os gritos. Olhando para ela, Nkanga simplesmente disse:


  • Você é a bruxa da minha vida; minha ficha estava dentro! 


Naquele mesmo instante, sua pressão caiu e ele não disse mais nada. Sua esposa fez de tudo para reanimá-lo, mas já não havia retorno; Nkanga havia morrido.


29.09.2023

Por: Luis da Silva Ubuntu

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quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Modo Avião - Hadil Almeida



Modo avião 


Dizem que todos caminhos levam à Roma

Mas o que ninguém te diz

É que antes de Roma, você Soma;

Seus esforços, soma sacrifícios, soma aprendizados

Antes de Roma; você Doma;

Suas dores, doma seu lado pecador, doma seu EU interior 

Antes de Roma; você Toma;

Um café, toma o sabor amargo da vida; toma pílulas para curar suas dores


Dizem que todos caminhos levam à Roma

Mas o que ninguém te diz

É que ao meio do caminho para Roma,

Você conhece alguém, que num piscar de olhos passa de desconhecido para o amor da sua vida

Você conhece alguém, que limpa seu suor, estanca seu sangue, grita contigo e te beija

Você conhece alguém, com quem juntos geram vidas, e talvez seja essa a nossa semelhança com Deus, poder gerar vidas


Dizem que todos caminhos levam à Roma

Mas o que ninguém te diz

É que quase chegando a Roma, você Perde;

Amigos, se perde no caminho, perde coisas e pessoas que amas

Quase chegando a Roma, você Cede; 

Aos seus medos, cede as críticas, cede as derrotas

Quase chegando a Roma, você bebe; água para refrescar, bebe álcool para esquecer, 

Bebe do conhecimento dos sábios


Dizem que todos caminhos levam à Roma

Mas o que ninguém te diz

È que quando chegas a Roma,

Percebes

Que nem sequer é uma cidade no ocidente

Roma são suas conquistas;

Romas são seus sonhos

Roma são suas metas

Roma é o seu sucesso 

Roma sou eu, à 30mil pés de altitude, 

Telefone no modo avião, família ao lado e contas somando

Vini, vidi, vici

Eu vim, eu vi, eu conquistei


✍🏾 Escrito por:  Hadil Almeida 

📸 Foto: Yuri Miguel 

Dedicado ao Yuri Miguel

🎉 Parabéns por mais uma de muitas conquistas!

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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Show de Orgulho - Por: Luís da Silva Ubuntu


 















O coração inquieto

Vontade de ligar

Ou enviar uma mensagem

Para saber se está tudo bem contigo

Mas o orgulho não permite nada disso.


Estou certo demais para parecer errado

Acredito que também te sintas certa demais para parecer errada

Então estamos os dois certos

Ou talvez nós dois estejamos errados.


Prefiro sempre ver as coisas do meu ângulo

Elas sempre parecem mais claras e certas

Acredito que olhas para tudo do teu ângulo

Talvez igual ao meu, te dê a melhor visão de tudo

Talvez nenhum dos ângulos esteja errado.


Provavelmente um pedido de desculpas faria tudo voltar ao normal

Um pedido de desculpas do seu lado

Ou talvez um pedido de desculpas do meu lado

Mas estou certo demais para parecer errado

Acredito que também te sintas certa demais para parecer errada.


Espero que esteja tudo bem contigo

Talvez enviar uma mensagem me daria a certeza de como estás 

Está tudo bem comigo

Certamente uma mensagem tua te daria a certeza de como estou

Por enquanto, continuemos neste show de orgulho.


25.09.2023

Por: Luis da Silva Ubuntu

Livro: Crise na casa dos 20

Imagem: Pinterest

#DoSambilaParaOmundo


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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Eu não me sinto okay - Um conto de Hadil Almeida

 


CONTOS ÀS SEXTAS 
22 de Set 2023

Título: Eu não me sinto okay
Autor: Hadil Almeida 


Tive um susto ao ouvir o som alto da buzina de um camião passando em alta velocidade tão perto de mim. Foi como o despertar do meu cérebro mesmo eu já estando acordado.
— Sai dali, maluco!
— Se quer morrer não procura culpado, bicho.
Duas pessoas gritaram comigo. Percebi que eu estava parado em pé, inconsequentemente fora do passeio, bem na estrada. E que a buzina do camião tinha sido para mim. 

Retirei os auscultadores e sentei num banquinho de plástico tentando me concentrar, baixei a cabeça e passei as mãos pelo rosto, controlando a respiração calmamente. Repousei meus cotovelos sobre minhas coxas e meu rosto sobre minhas mãos.

— Agora estás a dar uma da estátua do Pensador, né! Podiam te avunar naquele camião, ˊTás a pensar que a estrada é do teu pai né? — disse um jovem equipado como um motoqueiro passando por mim. Não respondi.

Creio que nem se passaram sessenta segundos quando uma zungueira vendendo garrafas de água se aproximou de mim gritando:
— Levanta do banco do mô filho, xé! Esse banco comprei mil, ontem.

Levantei sem retrucar, reparei no filho dela sendo carregado às costas amarrado por um pano laranja. Decidi comprar água nela mesma, e em seguida ela replicou:
— Agora sim, podes sentar! — Recusei a oferta e prossegui meu caminho.

A cada passo meu, eu refletia se continuaria tendo esses momentos em que fico fora de mim. Eu sentia que a perda dela era culpa minha, que se eu tivesse tomado decisões diferentes teríamos tido outros destinos. Fico me perguntando se realmente fomos feitos à semelhança de Deus, porque não faz sentido que assim seja, e ainda assim nos permitimos ver os outros em aflição sem sequer ajudarmos. Por que  tinha que acontecer aquilo com ela? E por que no meio de malditos estranhos insensíveis que a deixaram contorcer de dor? 

“Eu não posso ser só mais um maldito estranho na vida das pessoas.” Pensei comigo. Abri a minha carteira e retirei a página que rasguei do livro favorito dela, na verdade o único livro que ela leu por completo por ter aprendido a ler muito tarde em sua vida, li a frase que ela sempre repetia: “Por onde passares faça o bem. Porque pode ser a última vez que por lá passas.” Contive minha respiração ofegante. Relembrando que essa era a única frase que ela falava usando uma linguagem cuidada, e eu sempre fazia piadas por isso. E ela respondia em kikongo e sorrindo.  

Retirei o telefone do bolso e haviam nove chamadas de “Meu bem!”, logo pensei: “Para que ligar nove vezes? É fácil perceber que a pessoa deve estar ocupada.” Instantaneamente caiu uma notificação de mensagem de “Meu bem” dizendo: “Atende! Eu sei que não estás ocupado.” Logo pensei, “Ela me conhece muito bem.” Ainda assim, continuei ignorando a chamada.

A confusão habitual na paragem de táxi era exaustiva. Quando finalmente consegui entrar num carro, vi uma mulher segurando um bebe recém-nascido do lado de fora do carro. Percebendo que ela iria no mesmo destino que eu, cedi o meu lugar para ela antes que o carro arrancasse. E voltei na luta por outro táxi. Durante um tempo considerável correndo atrás de táxis que no final nem iam ao meu destino, apareceram dois meninos de uniforme pedindo que eu os ajudasse a atravessar a estrada. Exalei profundamente, levei-os para o outro lado. Antes que eu conseguisse retornar para o lado onde eu estava, pararam dois carros que iriam ao meu destino. Mas lotaram antes que eu atravessasse. Olhei para os dois meninos, que ainda estavam perto de mim, sem saber se tê-los feito atravessar foi uma decisão sábia.
— Obrigado, meu cota! Que Deus te abençoe!
Meneei a cabeça positivamente ao ouvir e tive certeza que foi sim uma boa decisão.

Atravessei a estrada , não demorei para pegar o táxi e rumar ao meu destino. Ao longo do trajecto apercebi-me de uma discussão fervorosa entre uma senhora e o cobrador. Tudo porque ela dizia que supostamente havia deixado cair o dinheiro e não tinha como pagar. E pesava ainda mais para o cobrador porque ela estava acompanhada de três crianças. Baixei completamente o volume do som dos meus auriculares e me disponibilizei em pagar o táxi. Porém o cobrador não queria aceitar que outra pessoa pagasse por ela, alegando que a senhora era mal-educada e não aceitaria de outra pessoa. Por essa razão a discussão se prolongou até que finalmente o motorista aceitou receber porque se dependesse do cobrador segundo ele, a senhora sofreria consequências.

Saí daquele táxi com o assunto resolvido. 
Caminhei um pouco e parei de frente ao portão da residência que era meu destino e logo comecei a sentir-me fraco emocionalmente. Desde o ocorrido que eu tenho tentado ser o bom samaritano para tampar o sol com peneira de que o bem sempre vence, fingindo para mim mesmo que o bem rege o mundo. Eu tentava me convencer que sim. Entretanto, cada vez eu me questionava, por que havia um vídeo daquele acidente em que pessoas davam seus últimos suspiros e uma multidão em volta do acidente, mas ninguém prestou o devido socorro? E ela se foi junto com aquela gente! Se calhar eu devia deixar o mundo seguir rumo que tem seguido há anos, reconhecer que não serão as minhas atitudes que mudarão este mundo cruel. 

“Se calhar eu devia mandar lixar todos estranhos assim como eles fizeram com ela!” Respirei fundo! “Se calhar foi isso que alguém pensou por isso a mandaram lixar naquela circunstância.” 

Fiquei do lado de fora apenas tentando acalmar minhas emoções, meus tremores e a angústia profunda em saber que quando eu entrasse por aquela porta tudo seria diferente do que alguma vez foi. Passei as mãos pelo rosto e limpei minhas lágrimas e refleti: “Não quero fazer o bem para que o mundo me pague de volta. Mas também não quero ser deixado à tempestade quando eu precisar que o mundo me dê uma sombrinha.” 

Alguém abraçou-me pelas costas. Virei-me e vi que era o “Meu bem!” Ficámos em silêncio por alguns instantes apenas nos entreolhando, ela limpou minhas lágrimas e quebrou o silêncio. 
— Eu estarei contigo para o que der e vier! Sinto muito pela perda da tua mãe.

Hadil Almeida

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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Meia-noite no Nilo - um conto de HADIL Almeida


Espreitei pelos corredores e não havia guardas de vigia. Apenas os candelabros acesos iluminando todo o corredor. Segurei a sua mão e olhei nos olhos dela, transbordando toda a minha confiança no que estávamos prestes a fazer. Demos os primeiros passos para fora do quarto e progressivamente saímos do corredor pela saída secundária. Quando olhei para trás, mais da metade do corredor estava às escuras. Ela apagava as chamas nos candelabros enquanto passávamos por eles. Ouvimos passos vindo da direção para a qual estávamos indo. Ela apertou minha mão enquanto escutava os passos, sua inquietação era visível em seu rosto. Eu entendia completamente o medo dela, não era de menos porque eu também estava assustado. Eu poderia ser morto apenas por estar com ela àquela hora da noite. E não seria por menos, porque estou fugindo com Núbia, a irmã mais nova de Cleópatra, para um passeio. Mas estávamos dispostos a correr o risco de morte, porque na verdade já estávamos morrendo de amor. Uma vez ouvi um nobre dizer: "O amor é uma desculpa para tolos cometerem erros." Bem, então, parado aqui no final deste corredor que agora está completamente escuro, eu atesto a frase, somos dois tolos apaixonados cometendo um erro.

Um guarda entrou no corredor, nos escondemos atrás de uma enorme estátua de Bastet, a deusa gata, deusa da fertilidade.

— Maldito Seth, deus das trevas. As chamas se apagaram aqui no corredor.

– Isso é um mau presságio! – respondeu o segundo guarda aos gritos do outro. — Não diga isso! Vamos pegar uma tocha acesa. — eles saíram.

Saímos alguns segundos depois que eles partiram. Encontramos meu amigo, Amir, que nos deu outras roupas como disfarce para sairmos do palácio. Ele nos guiou até uma ala desprotegida e a partir daí seguimos sozinhos.

– É libertador andar pela cidade assim! — disse Núbia, evidentemente feliz.

– Como assim é libertador se disfarçar?

– Não, idiota. É libertador caminhar pela cidade sem ser o centro das atenções, sem que ninguém se sinta obrigado a se curvar para mim ou me oferecer algo que não preciso apenas para ganhar minha simpatia.

Eu sorri prestando atenção no que ela estava dizendo. Estávamos parados no meio da rua, que estava um pouco movimentada com comerciantes voltando para suas casas. Ela continuou:

– É libertador andar sem guardas, poder pisar na terra e sentir a areia nos pés em vez desses tapetes feitos de animais mortos. É libertador estar com você aqui no meio da rua e sob o céu aberto sem precisar trancar portas ou se esconder em algum compartimento apertado. É libertador estar aqui.

– Sabe o que é ainda mais libertador?

— O quê? – ela questionou.

— Eu te amo, Núbia! — Gritei o mais alto que pude no meio da rua.

1


Ela cobriu minha boca, transbordando uma mistura de medo e felicidade. Mordi levemente seus dedos. Ela retirou suas mãos rapidamente.

– Isso foi libertador!

– Isso foi loucura! – ela respondeu completamente preocupada.

— Viu! Ninguém se importou. As pessoas pensam que você é apenas outra Núbia qualquer. Você não precisa se preocupar!

Ela ainda parecia preocupada.

— Admite que é libertador e grita também.

— O quê? Eu não posso.

– Sim, você pode, ninguém vai saber que é a irmã da Cleópatra dizendo que me ama.

– As pessoas podem reconhecer minha voz. Eu não posso.

“Então me sinto obrigado a usar minha promissória.

— Você está falando sério? Vai me obrigar?

— Não. Tecnicamente, não é uma obrigação. Você apenas honrará sua palavra e cumprirá nossa promissória.

— Não me force a fazer isso, por favor. – ela pediu e me beijou.

– Tenho o direito de pedir algo que você não pode negar. E meu pedido é que você grite que me ama, aqui e agora.

Ela não conseguiu esconder aquele olhar intrigado. Ela deu um suspiro profundo e ficou em silêncio por um tempo, enfim gritou.

— Alim, eu te amo.

Ela imediatamente segurou meu braço e saímos correndo de lá, sorrindo euforicamente. De mãos dadas, corremos pela cidade, eufóricos, despreocupados e livres. Eu a levei para um canto da cidade onde havia combinado com uma prima, Ísis, que nos encontraríamos quando a lua iluminasse o céu. E lá estava ela nos esperando. Ela nos entregou uma cesta cheia de comida e ficou radiante por nós. Tinha a mesma idade que Núbia, vinte e quatro anos. Eu tinha dois anos a mais que as duas. Ela nos abençoou tocando em nossas testas e seguimos caminhos separados.

— Eu sempre quis ver o farol de Alexandria de perto!

— Nunca foi lá?

— Não. – ela disse seriamente.

— Pensei que a realeza já tivesse ido para todos os lugares mais bonitos. Sorrindo, ela negou meneando cabeça.

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domingo, 3 de setembro de 2023

Coletânea UBUNTU - Regulamento

 


1*  Edição da Colectânea Ubuntu - Frases & Poemas Editora

Regulamento

O presente regulamento visa disciplinar os critérios para a participação, julgamento e seleção da 1* edição : “Colectânea Ubuntu”.

Inscrições:

Inscrições: de 02/09 à 16/09

Seleção dos finalistas: De 16/09 a 26/09;

Divulgação dos selecionados: 30/09;

A data de evento online com os escritores: 10/10;

A data de publicação da obra no formato digital: 30/10;

2. Regras

2.1. O material deve ser inédito no gênero Poema;

2.2. O Poema deve ter no máximo uma lauda no tamanho A4 no formato word (considerando Poemas escritos em versos ou em prosa) e enviado para o endereço phrasesandpoems@gmail.com;

2.3. Tema “Sonhos e conquistas

2.4. Podem participar escritores de todas nacionalidades desde que o poema seja originalmente escrito e enviado na língua portuguesa ;

2.5. Cada participante poderá inscrever apenas um poema;

2.6. O autor deve enviar os dados pessoais juntamente com o poema; 

2.7. Textos com conteúdo pejorativo ou discriminatórios serão desclassificados;

2.8. Poemas que configurem plágio serão desclassificados;

Julgamento

3.1. Dentre todos os textos recebidos, a Comissão Organizadora deverá selecionar os melhores Poemas para a colectânea Ubuntu. 

Nota: Os participantes do concurso devem estar cientes das concessões dos direitos autorais cedidos para entidade organizadora, para publicações dos Poemas nas redes sociais, em revistas e outros meios. De referir que, permitem a utilização desses poemas em Congressos, em Artigos literários e em possíveis premiações no âmbito educacional e cultural. E em alguma eventual comercialização. 

Frases & Poemas Editora

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